Publicado em: 11/09/2023 21:38:16
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram um sensor de alta performance à base de grafite condutor, com a finalidade de medir a umidade do solo de maneira precisa e duradoura em longos intervalos de tempo. Esta inovação não apenas resiste à corrosão, mas também supera a vida útil de outros sensores disponíveis no mercado.
Os inventores, Eduardo Galembeck e Yago Sampaio, do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, registraram uma patente para sua criação e licenciaram a tecnologia para a Galembetch, uma empresa spin-off da própria Unicamp, com o suporte da Agência de Inovação Inova Unicamp.
Este sensor tem uma variedade de aplicações na área das ciências do solo, desde o uso em sistemas de irrigação para ajudar a lidar com a crescente escassez de água até a prevenção de desastres, como rompimentos de barragens.
Uma das características distintivas deste invento é que, por ser feito de grafite, seus elementos condutores não oxidam, garantindo uma durabilidade excepcional a um custo relativamente baixo em comparação com outras soluções disponíveis no mercado.
O professor Galembeck, responsável pelo projeto, mencionou que a ideia surgiu de uma necessidade em seu laboratório, onde experimentos de longo prazo com terrários exigiam sensores de umidade do solo confiáveis que durassem até nove meses. Como líder do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Materiais Complexos Funcionais (INCT/Inomat) na Unicamp, ele estava ciente de um material condutor baseado em grafite em desenvolvimento, o que o levou a aplicar esse material na criação deste sensor.
A tecnologia já está disponível no mercado, com vendas no Mercado Livre e na Amazon. A Galembetch, a empresa licenciada, está focada em expandir a produção e fornecer uma alternativa acessível a pequenos agricultores, especialmente na área de irrigação. O sensor de grafite pode ser usado para acionar sistemas de irrigação com base nas necessidades reais do solo, economizando água e recursos.
A pesquisa recebeu apoio do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PIPE/PAPPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A produção em larga escala continua sendo um desafio devido à complexidade da construção do sensor, mas pequenos lotes já estão disponíveis para produtores que utilizam sensores de umidade do solo em projetos de Internet das Coisas (IoT). A tecnologia oferece um caminho promissor para uma gestão mais eficiente da água no setor agrícola e além.
Fonte: https://www.inova.unicamp.br/2023/09/sensor-a-base-de-grafite-mede-umidade-do-solo-e-ajuda-a-mitigar-impactos-da-escassez-de-agua/